Cheguei à praia de ossos com uma mistura de curiosidade e cautela. Como gigante das Montanhas da Dor, estava acostumado a lidar com terrenos difíceis e perigosos, mas essa paisagem era completamente nova para mim. Era uma visão aterrorizante, com corpos de todos os tamanhos e formas, em diferentes estágios de decomposição e deformação. O silêncio que pairava no ar era igualmente assustador, pois não havia nenhum sinal de animais carniceiros ou insetos que se alimentassem das carcaças. Eu sabia que estava em território desconhecido e que teria que estar preparado para o inesperado. Com minha experiência nas Montanhas da Dor, esperava estar pronto para qualquer coisa, mas o que eu encontraria nessa praia era uma incógnita. Com minhas manoplas invocadas, comecei a explorar a área com cautela, esperando enfrentar qualquer desafio que surgisse.
Ao notar as couraças escamosas, os dentes esmaltados e a bola verde que parecia uma esmeralda, não pude deixar de sentir um misto de excitação e curiosidade. Com certeza esses itens teriam algum valor ou utilidade, e não seria eu a desperdiçá-los. Peguei-os com cuidado, observando cada detalhe e analisando suas propriedades. As couraças eram duras e pareciam resistir bem a cortes, enquanto os dentes eram afiados como lâminas. Já a bola verde chamou minha atenção pelo cheiro do mar e sal, e a sensação de ser frágil e fácil de espremer ao toque.
Sem perder tempo, guardei os itens em minha bolsa de couro - ou o que quer que fosse -, imaginando as possibilidades de uso. Talvez as couraças pudessem servir como proteção contra ataques ou para criar armaduras, e os dentes poderiam ser usados como armas. Quanto à bola verde, eu estava ansioso para descobrir sua verdadeira natureza e utilidade. De qualquer forma, os itens eram uma valiosa adição ao meu estoque de suprimentos, e eu não deixaria nada para trás.
À medida que a tempestade se intensificava em nada me surpreendia, afinal, eu sabia que novos desafios surgiriam - até o momento em que eu enfiar minhas mãos no pescoço do tal Dr. Bigardi e mostrar a fúria dos gigantes das montanhas. E não deu outra, logo fomos surpreendidos por criaturas do mar deformadas que corriam em nossa direção, urrando ensurdecedoramente. Eu precisava ter cuidado, pois lidar com criaturas marinhas nunca foi meu forte devido a ser um usuário da fruta do diabo. Observando atentamente, percebi que as esferas brilhantes que surgiam na água eram, na verdade, os olhos dos animais que se aproximavam.
Eu sabia que a luta seria difícil, mas com a tempestade e o som alto das criaturas, poderíamos usar isso a nosso favor.
— Homens, fiquem juntos! Não deixem ninguém para trás! — Gritaria em voz alta para que meus companheiros ouvissem acima do som dos animais deformados.
— Ei, rapaizinho! Fique por perto, diferente de um gigante das Montanhas da Dor, você é fraco demais para lutar sozinho. Eu vou te proteger! — Adicionaria, conforme começaria a correr na direção de Saru, tentando encorajá-lo para que não desistisse.
— Todo mundo, preparem-se para se defender! Vamos acabar com essas criaturas antes que elas acabem conosco! — Concluiria, tentando inspirar coragem e união.
Eu observaria com atenção a situação de Saru, obviamente ele estava em perigo e eu não iria negligenciar isso, então decidi agir rapidamente para ajudá-lo. Assim sendo, com minhas manoplas gigantes invocadas, estenderia-as na altura da areia da praia.
"Vou criar uma plataforma de areia para te tirar daí!". — Com minha habilidade em manipular objetos não-vivos, minha ação teria como objetivo mover a areia ao redor de Saru, criando uma plataforma sólida debaixo de seus pés. Eu então ordenaria minhas manoplas para levantar a plataforma de areia, esperando confiantemente proteger Saru dos animais que viessem a se aproximar.
—Segure-se firme, homem! — Diria, enquanto ergueria a plataforma de areia cada vez mais alto.
Assim que Saru estivesse fora de perigo, eu começaria a pensar em uma forma de escapar dessa maldita praia de ossos. Eu sabia que precisava encontrar uma saída rápida, mas não conseguia ver nada além de corpos e criaturas estranhas em todas as direções.
— Precisamos nos mover, pessoal! — Gritaria para meus companheiros. Eu então acompanharia a maioria em sua retirada. Pois não é possível que uma única pessoa pudesse ter razão sobre as demais.
Caso a primeira estratégia falhasse, eu tentaria uma abordagem direta. Eu me posicionaria o mais próximo de Saru e faria com que minhas manoplas voassem à uma distância suficiente nossa visando criar uma barreira protetora com a própria energia das manoplas ao nosso entorno - nós dois e quem mais estivesse no raio.
— Fique atrás de mim, homem! E tente não se mijar nas calças. — Caso observasse, com preocupação, que as criaturas poderiam se aglomerar em um ponto específico de minha barreira protetora, usaria minhas manoplas gigantes para manipular o ar ao redor, criando uma espiral de vento em alta velocidade.
Eu juntaria as palmas das mãos - e as manoplas deveriam mimicar esse movimento - e as moveria em um movimento circular, aumentando a velocidade do vento. À medida que o vento se intensificasse, eu estenderia minhas mãos para frente, como se estivesse empurrando o furacão em direção aos animais deformados. Um furacão, como comumente faz em suas passagens, destruindo cidadelas inteiras, deveria agitar a areia da praia, levantando pedras e conchas pelo caminho, e os lançaria em direção aos animais, além de empurrá-los para longe. Eu manteria o furacão em movimento até que os animais estivessem fora de alcance e o perigo fosse neutralizado.
Caso minhas ações acima, que visavam proteger Saru, não tivessem sido felizes, e, por ventura, ele viesse a ser pego ou mesmo aquela palavra que começa com
"mor" e termina com
"ty", eu ficaria visivelmente frustrado e chateado comigo mesmo. Como um guerreiro experiente das Montanhas da Dor, eu entendo a importância em proteger os mais fracos e vulneráveis, como o caso de Saru. E também sei que o fracasso em proteger um companheiro pode custar caro em uma batalha futura.
Com esse cenário em mente, eu recuaria e usaria de minhas manoplas gigantes para me agarrar a algum objeto, como o próprio ar circundante, e, em seguida, planaria para o alto, impulsionando-me com minhas manoplas. Com minha habilidade em planar, eu poderia me mover pelo ar, avaliar a situação e procurar uma rota segura para meus companheiros, longe dessa manifestação incessante de animais. Caso encontrasse essa oportunidade razoável, eu indicaria aos meus pares com um breve e sucinto "ali", apontando a mesma com o dedo indicador de minha destra.