i̶n̶JUSTIÇA E d̶e̶s̶HONRA

Todas as maids haviam prostrado-se da mesma forma ante a presença de Leone, todas pareciam maravilhadas por ter uma pessoa tão ilustre em seu estabelecimento, mas ainda sim houve uma pequena que pareceu não intender muito o que sua posição de submissão representava e atreveu-se a olhar diretamente a beleza da Tenryuubito, mas logo foi repreendida pelo outro segurança tendo a cabeça abaixada com certa força pelo mesmo.  Não houve qualquer reação por conta de Leone, entretanto houve uma pequena comoção das garotas daquele local, apenas um ruído baixo.


A conversa entre Privilege e a santa parecia uma bela partida de xadrez, cada um deles fazia pequenos movimentos para chegar ao derradeiro final, entretanto os movimentos de Leone pareciam mais ousados do que verdadeiramente deveria fazer, ela era jovem e sabia bem de sua posição, mas algo naquela figura metálica havia chamado sua atenção, isso era nítido em seus olhos e nas coisas que perguntava ao homem, mas por quê? Com um aceno, a santa fez com que o escravo parasse apenas para que pudesse colocar novamente sua roupa protetora e assim que o fez, saiu de forma calma e sorridente da bolha, segurando gentilmente na mão do Agente. Mesmo enluvada, era perceptível seu toque suave e quase sedutor. Ela estava jogando o mesmo jogo do agente, e mesmo que tentasse, ela era tão boa quanto o próprio — Mesmo que seja um caído, as coisas mais deliciosas da vida são aquelas que são proibidas — ela pronunciou num tom baixo apenas para que privilege percebesse.

Enquanto caminhava, Leone era acompanhada por seus seguranças, do lado de dentro todas as Maids estavam prontas para atender qualquer que fosse o pedido feito por ela ou por seus acompanhantes. Quando instigadas sob armas, uma das maids, que tinha o cabelo mais curto e as curvas bem mais acentuadas que as outras, se aproximou do agente fazendo um pequeno gesto de paz para que não se sentisse ameaçado com sua presença.

—Não queremos confusão aqui...— Era nítido o desdem em sua voz, entretanto havia algo mais em sua frase não acabada —Caso não se sinta tão seguro, aqui está a chave do armário de armas, e não existe outra chave.— havia veracidade em sua voz —Não queremos qualquer problema com os Tenryuubitos ou a marinha, vamos apenas fazer o trabalho e cada um segue seu caminho.— Ela não deu muito espaço para o homem responder. Entregou a chave e seguiu em direção à cozinha como se já esperasse por ordens vindas de qualquer um dos presentes naquele momento.  Além de Deep e da santa, não haviam mais pessoas no local. Não por medo, mas aquelas que antes estavam, saíram correndo após ser anunciada a presença da Santa. Leone sentou-se perto do agente, uma bolha especial foi erguida onde a mesma estava e todo um cuidado especial foi tomado pelos seguranças para que a mulher não fosse" infectada" com aquele ar impuro.

Com calma, Leone leu todo o cardápio e pediu uma série de Doces para experimentar, todos foram trazidos em pouco tempo e caso Deep decidisse averiguar a composição dos mesmos, não havia nada de diferente de suas receitas originais. A pergunta sobre o fumo foi respondido apenas com um aceno negativo, Leone colocou  um dos cotovelos sobre a mesa apenas para apreciar o doce com calma e apoiar o rosto, mas logo a pergunta de Deep fez seu rosto modificar para uma pequena careta de dúvida — Apenas outros santos podem me forçar a fazer o que eu nao quero, como o caso de meu pai... mas achei que você soubesse algo disso, senhor privilege. — Se o agente tinha dúvidas, agora estava claro como a agua, Leone sabia de algo sobre o passado do agente que talvez nem mesmo ele soubesse.

Os galanteios deferidos pelo agente pareciam encantar a Santa, de alguma forma seus olhos exalavam o mesmo desejo que ele parecia sentir por ela, mas seria verdadeiro? Ou apenas um fruto do narcisismo crescente no corpo metálico de Privilege? Leone entrelaçou os dedos e os posicionou abaixo do queixo, demonstrando ainda mais o interesse pela fala do homem a sua frente — Foi errado lhe estudar com tanto... Afinco? — sua voz suave era música para os ouvidos alheios. Seus olhos não saiam da figura metálica a sua frente, a beleza do mesmo era magnética, mas a dela também era. Sua destra se moveu na direção de um macarron rosado com creme branco, o doce foi levado aos lábios os sujando de forma quase proposital.

Leone lambeu lentamente o local sujo e voltou a seu pensamento — Você está certo, mas não , não quero lhe usar. Talvez elevar seu status, pois veja só, uma mão pode lavar a outra, certo? — seus olhos brilharam como se notasse um diamante a sua frente — Sua família ainda tem certo prestígio por sua conta, e como já foram Tenryuubitos, não haveria muito problema; Com essa informação podemos dizer que um casamento arranjado acabaria com ambos os problemas, não acha? — seus olhos não exalavam mais pureza, eram repletos de malícia, ela descaradamente olhou todo o corpo do agente dando um sorriso quase promíscuo — Você e inteligente demais para ser seduzido, seria uma partida inútil e notei isso apenas colocando os olhos em você. Diferente daqueles velhos babões que ficam tentando me agradar com escravos apenas para ouvir minha voz — seu tom de sedutor havia mudado para puro ódio.

Com um movimento de cabeça, Deep foi convidado para entrar na mesma bolha que a Santa, aquilo era um movimento inesperado para todos — O que acha? Uma mão lava a outra? Você ascende até os céus... Eu ganho força e tiro meus pais de mim... —

A mulher nada respondeu naquele momento, ela esperou que estivessem perto o suficiente para selar o pequeno contrato. Seus movimentos eram suaves e sedutores, era como uma droga viciante, um alimento do qual nem mesmo Privilege havia provado antes. Suas mãos pareciam caminhar calmamente pelo corpo do agente que tinha tudo em suas mãos agora. A sua volta tudo o que acontecia era diferente do planejado...

A mulher que outrora havia falado com o agente sobre as armas exibia um enorme sorriso em seus lábios, dentro da bolha, Privilege poderia sentir uma estranha sonolência? Um ciborgue sentindo sonolência?  Leone segurou o homem com delicadeza, ela exibia o mesmo sorriso sedutor de privilege que agora parecia um pouco mais fraco do que o normal — É tão fácil enganar os homens com um rostinho bonito... um título... — ela começou a falar dando um sorriso apenas sussurrando no ouvido do agente — Nem tente lutar, meu amor, você não vai conseguir fazer muito agora. —

Por mais que lutasse, Privilege parecia ter caído em alguma espécie de armadilha... mas quando? como? Seus instintos tão apurados haviam o traído naquele momento? O mundo a sua volta pouco a pouco parecia escurecer — Microbôs... Desligar sistema principal. — a voz de Leone se tornava mais robótica naquele momento e tudo o que pudera fazer foi sentir o corpo pesar naquele momento.




— Despertar sistema... — a voz ecoou na mente de Privilege, entretanto não tinha o mesmo tom sedutor. Era muito mais fraco e debilitado, mas aquela era a voz de Leone. Mas o que havia mudado? — Servo... ac..acorde — seu tom era de ordem, ainda que fraco e sem o mesmo tom de autoridade que um tenryuubito deveria ter em uma urgência tão grande. A sua volta, uma escuridão fraca, iluminada apenas por poucas lamparinas. As mãos e pés do ciborgue haviam sido retiradas de forma perfeita, assim como muitas coisas em seu corpo, mas aos poucos saberia o que lhe foi tirado.

O ambiente estava pouco iluminado, havia uma dificuldade estranha para enxergar naquele lugar que além de quente, estava úmido. Não era difícil notar pelo movimento fraco e lento que o "cómodo" fazia. Para Deep era fácil notar que a voz fraca que havia ouvido outrora era a de Leone, mas deu tom não era mais autoritário ou sedutor, havia medo. Pela forma que falou, era fácil que ela sabia o que estava fazendo, entretanto ao acostumar-se com a luz do local, Privilegio pode perceber que estava completamente exposto. Seus braços e pernas segurados por uma corrente especial que parecia drenar um pouco suas forças, entretanto não estava completamente inútil por suas partes cibernéticas.

Teste de procura-Sucesso A sua frente havia uma garota completamente desnuda, em suas mãos e tornozelos havia a mesma corrente pesada que segurava o agente cibernético.  —Está acordado?— ela perguntou, mas logo tomou um susto com a fala do mesmo —No..não era minha intensão ofender... perdão — ela se desculpava bastante, sua voz era mais doce, entretanto sua figura era a mesma de Leone. O que havia de Errado?


Os mesmos lábios, os mesmos seios perfeitos que caberiam sem problema nas mãos do agente... detalhes que o mesmo já havia visto antes, mas porque eram tão diferentes ao mesmo tempo? Enquanto o corpo vislumbraba a figura, a mente de privilege trabalhava de forma ágil, sua comunicação com as criaturas metalizadas funcionava perfeitamente, entretanto era notorio que ambos os lados estavam tendo dificuldade para se comunicar.

— Finalmente acordou meu amor? — a voz resoou pelo quarto fazendo a figura feminina a frente do agente tremer de medo — 1.797.000... — ela falou de forma delicada enquanto os passos ecoavam — 1.797.000 e o preço que a máfia cobra por essa cabecinha linda... — ela comentou enquanto parava frente ao agente e a garota. Ela sorriu.

— E nem tente chamar ajuda, eu sou boa o suficiente para pesquisar sobre você, docinho — ela sorriu de forma maliciosa. Agora, caso o agente parasse para analizar, as garotas eram iguais, idênticas, a não ser uma ou outra imperfeição que a outra tinha. — Agora, onde havíamos parado? — ela parou de propósito dando um beslicão genuíno no bico do seio da mulher que estava nua — Ah é... — ela sorriu novamente de forma maliciosa  — Estávamos para selar um acordo. —


—Leone—
— Leone —

Ambas as mulheres eram belas, isso não era impossível de se negar, entretanto a primeira tinha em seus olhos um ar tão vil que parecia apenas brincar com Privilegio de forma a deixar o agente ainda mais irritado — Não meu doce, eu não estou lhe atacando por meros Dois milhões... — Ela respondia de forma sedutora — Eu estou lhe protegendo por esses meros Dois milhões. — Ela sorria chegando frente a frente do homem.  A mulher andava para longe, Deep falava com a mesma e está apenas dava pequenas risadas.

A frente, luzes começavam a acender, pouco a pouco o ambiente revelando muito mais do que antes. As chamas que antes eram presentes se apagavam, revelando um quarto bem mais amplo do que deveria. Tudo o que antes parecia o navio, não havia passado de uma ilusão feita por mecanismos controlados pela Tenryuubito — Eu não quero você apenas por amor ou Sexo, Deep Privilege — ela agora falava mais alto, fazendo a voz ecoar pelo local — Você vai ser meu brinquedo. Não me deixaram ter Pavlova a meu lado, então terei o Ciborgue que quiser... e como aqueles velhos são muito burros, colocaram você... no meu caminho, docinho — Mesmo que o homem tentasse, agora com a Liz era possível ver que TODAS as partes de seu corpo estavam desmontadas e ligadas a aparelhos que o mesmo desconhecia. Era como se ela mantivesse a ilusão de que ele está a montado, mas infelizmente não estava.



Era clara que havia uma enorme frustração em sua fala. A outra garota, completamente nua, sentia vergonha do que a irmã estava fazendo, era claro isso. Em suas mãos havia uma pequena chave, um controle, a qual era possível da distância que estava perceber o que ela fazia. Ela havia desligado algo por alguns segundos, o que foi o suficiente para que Privilege ouvisse em sua mente "Nosso rei foi encontrado! Iniciando protocolo Xeque-mate" agora era questão de tempo para as criaturas chegarem até seu rei —Me desculpe...— ela falou baixo —Consiga tempo...— ela sussurrou novamente enquanto a outra, maravilhada, parecia examinar cuidadosamente cada peça do corpo do ciborgue.


—Leone—
— Leone —